No
dicionário Jornada significa: 1.marcha ou caminho que
se faz num dia;
2 caminho ou viagem,
mesmo que passe de
um dia; 3.tempo de duração do trabalho diário;
4.expedição militar.
Posso dizer que realmente, marchamos, caminhamos, viajamos, trabalhamos
(missão) e quase vivemos como militares (banho frio, dormir no chão e etc.)
Só que uma
Jornada Mundial da Juventude, além disso tudo tem muito mais: tem caridade, tem
amizade, perseverança, fé, carinho, alegria, música, felicidade e encontro com
Jesus. Li
uma vez que em Madrid foram dias em que Deus parecia existir. Então posso
afirmar que no Rio foram dias em que Ele confirmou sua existência. Estava
ali, ao nosso lado o tempo todo.
Chegamos no
Rio na sexta-feira, por volta das 7h. O ônibus nos deixou na Paróquia de Nossa
Senhora do Desterro, pegamos nossos Kits Café da Manhã para fazer nossa
primeira refeição. No primeiro dia foi uma felicidade ver Polenguinho, Nutella,
Torradas, Bolo de Laranja, Nescau e suco de caju (mentira, o suco de caju nunca
trouxe tanta felicidade rsrsrs).
Depois disso fomos ao nosso alojamento, onde fomos muito bem recebidos pelos colaboradores do Colégio Nossa Senhora do Rosário. (Detalhe de que Maria sempre estava com a gente também!) Nosso primeiro banho (geladooooo) foi ótimo (bom) pra acordar e renovar as energias!
Depois disso fomos ao nosso alojamento, onde fomos muito bem recebidos pelos colaboradores do Colégio Nossa Senhora do Rosário. (Detalhe de que Maria sempre estava com a gente também!) Nosso primeiro banho (geladooooo) foi ótimo (bom) pra acordar e renovar as energias!
Tínhamos que
esperar nosso Kit Peregrino (e isso me lembrou muito a página do facebook JMJDepressão). Nossos amigos que foram busca-lo ficaram 5 horas na fila para
retirar tudo aquilo que precisávamos. Digamos que a logística da JMJ não foi
muito planejada, o que fez com que perdêssemos alguns momentos importantes.
Enquanto
esperávamos pelos Kits resolvemos ir para a rua, conhecer novas pessoas.
Encontramos os primeiros mineirinhos e ali mesmo trocamos idéias aguardando o
tão esperado Kit.
Quando nossos amigos chegaram (exaustos pela fila e horas sem
comer) pegamos nosso destino: Copacabana, com a esperança de ver a vigília. Mas
tivemos longas horas no Trem e no Metrô (quase 2h). Quando chegamos em
Copacabana a Via Sacra já tinha acabado. Foi um momento de frustração. Nossos
familiares nos ligavam e mandavam mensagens perguntando e dizendo que estava
lindo, e a gente não tinha visto. Primeira lição: nem sempre as coisas da vida
são como planejamos, não é?
Quando nossos amigos chegaram (
Resolvemos nos
dividir do grande grupo, pois era difícil entrar em um acordo em comum e tomar
a mesma decisão. Passamos toda a nossa jornada em 6 pessoas: Eu, Lays, Cris,
Samara, Daiane e Andreza. Desde o momento que decidi ir pra Jornada eu sabia
que não ia ser fácil, que não era um passeio e que iríamos enfrentar
dificuldades, mas eu sou uma pessoa muito otimista (até demais) e sabia que
estávamos entre pessoas de bem e que nada iria acontecer. Começamos a primeira
busca, achar um peregrino entre milhões de pessoas. Depois de ligações,
caminhadas enfim encontramos mais um amigo da turma. Giovane. Fomos então até a
areia da praia de Copacabana e de mãos dadas agradecemos por ali estar. Um Pai
Nosso, uma Ave Maria, entusiasmo renovado. Batemos uma foto. O que você
consegue enxergar nela além de nossos pés?
Assistimos
alguns shows e quando tudo acabou voltamos para o alojamento. Uma fila
quilométrica que atingia quarteirões para pegar o metrô.(assista em:Fila do Metrô) Porém com toda a
energia da chuva e cantando músicas católicas rapidamente estávamos no metrô.
Somando ao trem mais quase 2 horas. Chegamos no alojamento com a decisão de que
no outro dia passaríamos a noite de Copacabana e sairíamos cedo para conseguir
um bom lugar.
6h os relógios estavam despertando para preparação pra mais um dia. Mochila pronta com tudo o que precisaríamos, banho tomado (
Chegamos mais
uma vez em Copacabana e eram quase 11h. Decidimos “almoçar”. Pra isto tivemos
sorte. Conseguimos utilizar nosso cartão de alimentação sem gastar nosso
dinheirinho. Depois encontramos uma voluntária (aliás os VOLUNTÁRIOS da JMJ
merecem todas as palmas e reconhecimentos, vocês foram verdadeiros guerreiros,
OBRIGADA!) que nos disse que o Papa passaria por ali, e que se a gente quisesse
ver ele, que montássemos acampamento junto a grade, já que ainda não tinha
chegado muitas pessoas. Eu sinceramente não pensei que eu fosse conseguir ver o
Papa tão de perto, e na mesma hora eu topei e falei que ficaria na grade. Assim
todos também concordaram. Foram quase 8 horas de revezamento. Para comer, ir ao
banheiro, dar uma volta, sentar e levantar. Tudo para não perdermos nosso
lugar. Foi uma tarde agradável. Fizemos mais uma amiga mineira, que esteve ali
com a gente em todos os momentos – Rachel. Além dela conhecemos muitas pessoas,
de vários movimentos, freiras, freis, padres, peregrinos e até evangélicos.
Assistimos alguns shows e como já previa me emocionei com a música do Padre
Fábio de Melo, não pude conter as lágrimas. Ali minhas amigas me abraçaram e me senti acolhida, meninas, muito
obrigada mesmo sem saber o que passava no meu coração, vocês tiveram a
serenidade que muitos ao meu redor não tem. Já tinha anoitecido quando o
Papa chegou. Muitas pessoas em árvores como Zaqueu, todos cantavam juntos e lá
vinha o Papa Móvel com nosso querido Francisco. Neste momento não sabíamos se gritávamos
se batíamos foto, não sabíamos o que fazer. E nesta preocupação acabamos não
conseguindo curtir este momento como devíamos. Quando ele passou na nossa
frente, acenou para o outro lado, porém estava ali perto demais da gente. Foi
um misto de emoção com frustração. Poxa o Papa não olhou pra gente! E mais uma
vez, mais um aprendizado: Não sejais
egoístas! Não somos os únicos neste mundo. Estávamos onde muitos queriam estar
e mesmo assim conseguimos reclamar!
Aqui praticamente começou a sessão terrorismo. No meio das milhões de pessoas, depois que o Papa Móvel passou, tentamos pegar um lugar na praia. Aliás TODAS as pessoas tentaram, e aí começou a loucura. Empurra empurra, ir e vir, todos tentando se movimentar. Conseguimos nos perder naquela multidão e algumas das meninas começaram a entrar em pânico. Depois de todas juntas (não posso esquecer-me de agradecer nosso amigo companheiro João que foi nosso anjo da guarda), decidimos ir em movimento contrário, saindo da orla. Paramos numa calçada, sentamos. Algumas foram lanchar. Neste momento estaria iniciando a vigília e muitos peregrinos por não conseguirem ter acesso à praia estavam na mesma situação que a gente. Foi um momento de dúvidas, diferentes vontades, não se sabia o que fazer. Voltar para o alojamento era a certeza de perder a missa do outro dia e ficar era o medo de algumas meninas. Enfim depois de conversas, palavras e de lembrar que estávamos ali pra curtir aquele momento, decidimos ir em busca de um lugar na areia. Depois de uma longa caminhada, encontramos o lugar perfeito. Era pra gente, não tivemos dúvidas disso. Quando colocamos os sacos de dormir e nos ajoelhamos para a adoração ao Santíssimo tudo se acalmou.
Aqui praticamente começou a sessão terrorismo. No meio das milhões de pessoas, depois que o Papa Móvel passou, tentamos pegar um lugar na praia. Aliás TODAS as pessoas tentaram, e aí começou a loucura. Empurra empurra, ir e vir, todos tentando se movimentar. Conseguimos nos perder naquela multidão e algumas das meninas começaram a entrar em pânico. Depois de todas juntas (não posso esquecer-me de agradecer nosso amigo companheiro João que foi nosso anjo da guarda), decidimos ir em movimento contrário, saindo da orla. Paramos numa calçada, sentamos. Algumas foram lanchar. Neste momento estaria iniciando a vigília e muitos peregrinos por não conseguirem ter acesso à praia estavam na mesma situação que a gente. Foi um momento de dúvidas, diferentes vontades, não se sabia o que fazer. Voltar para o alojamento era a certeza de perder a missa do outro dia e ficar era o medo de algumas meninas. Enfim depois de conversas, palavras e de lembrar que estávamos ali pra curtir aquele momento, decidimos ir em busca de um lugar na areia. Depois de uma longa caminhada, encontramos o lugar perfeito. Era pra gente, não tivemos dúvidas disso. Quando colocamos os sacos de dormir e nos ajoelhamos para a adoração ao Santíssimo tudo se acalmou.
Algumas choravam,
ligavam pra casa, outras silenciaram. Eu tive a certeza que nada aconteceria. A
Samara ligou pra sua mãe que é devota de Santa Terezinha e pediu orações e a
Cris tinha um tercinho também da Santa Terezinha, eis que surge no telão uma ROSA desabrochando! Elas não tinham mais
dúvidas, tínhamos que estar vivendo aquilo. A LUA também estava maravilhosa,
era Deus sorrindo pra gente... depois de todas estarem mais calmas fomos
dormir. Nosso anjo da guarda João ficou acordado cuidando da gente e tentamos
revezar o sono. Dormir na praia foi mais confortável que dormir no chão do
alojamento, não fosse o frio.
Por volta de
umas 5h30min eu, Samara e Cris acordamos e resolvemos procurar um banheiro. O
João já tinha desbravado as ruas do Rio e sabia onde tinha um pago. Fomos até
lá. Estamos na fila e olhamos uma porta, com uma plaquinha: Banheiro R$2,00.
Resolvemos perguntar. Sabem o que era? Um salão de beleza! Quando vi perguntei
na hora pra dona: Moça quanto você cobra pra lavar meu cabelo? Ela disse:
R$10,00 mas estou terminando esta piastra. Olhei pra Samara e perguntei: Moça a
minha amiga é cabelereira, ela pode lavar meu cabelo, te pago do mesmo jeito? A
moça foi uma fofa e disse que sim. Então enquanto esperávamos na fila para usar
o banheiro, lavamos nossos cabelos e ficamos novinhas em folha, eu nem
acreditava!
Voltamos para
a praia... era a hora de decidir onde veríamos a missa. Nossa amiga Andreza
tinha ido pra fila do banheiro. Esperamos, esperamos e nada de ela chegar. Era
muita gente pra pouco local... pegamos nossas coisas e fomos ver onde ela
estava. Praticamente no mesmo local.
Decidimos ficar num quiosque na beira mar onde encontramos alguns amigos
cursilhistas. Nosso anjo da guarda João foi tentar chegar perto do palco, e
tinha também outras missões pela frente. Ele foi o anjo da guarda de muita
gente. Ali montamos nosso acampamento, dançamos, cantamos e curtimos. Nossa
amiga Andreza ficou 3 horas na fila e perdeu alguns momentos especiais. Mais
uma vez o Papa chegou. O helicóptero sobrevoava a praia, as imagens passavam no
telão e mesmo assim parecia algo surreal, estar entre aquelas milhões de
pessoas. Esperamos ele passar, mas não pensávamos que íamos conseguir ver ele.
Eis que aponta o Papa Móvel, mais uma vez. E desta vez sem a preocupação com
câmeras e filmagens curtimos um dos momentos mais lindos. Ali estava ele, nosso
“fofo” Francisco muito perto da gente, nos olhando e dando sua benção. Foi
demais! E pra nossa surpresa, parou ali. Não pensei duas vezes, deixei mochila
e tudo pra trás e sai pra vê-lo. Ele ali, na minha frente, com sua humildade e
paz, e aquela multidão gritando: Essa é a Juventude Papa. Fiquei admirando este
ser iluminado. Liguei pra minha mãe chorando e disse: Mãe, o Papa está aqui na
minha frente!
Depois disso foi a hora de homenageá-lo com o Flash Mob (Flash Mob) - foi emocionante! A missa
iniciou, era lindo de se ver todos orando e cantando em línguas diferentes e
conseguindo se entender. Nossa amiga Andreza chegou, triste por ter perdido boa
parte da sua manhã na fila de um banheiro, porém com o aprendizado de ter mais Paciência! Ela foi um exemplo pra
gente... e graças a ela vivemos momentos que talvez não viveríamos se ela não estivesse
na fila do banheiro.
O Papa
Francisco começou a homilia. Deu seu recado. Ele estava falando pra mim. Não
tenhas medo, não seja egoísta, vá, evangelize. Tive a certeza de estar no
caminho certo e a certeza de que tenho muito que ajudar nesse caminho. (confira a Homilia no vídeo abaixo)
Após as
palavras dele, decidimos pegar nosso rumo, achar um táxi e ir embora. E assim
fizemos, andando até o Copacabana Palace local onde encontraríamos o pessoal de
Imbituba. Fomos andando, ouvindo a missa... pensávamos que já tinha passado o
momento da comunhão. Eu estava n frente, guiando as meninas. Estava de cabeça
baixa, pensando em tudo que tínhamos vivido, e eis que vem o momento mais
importante pra mim (estou escrevendo e chorando). Eis que surge alguém na minha frente, eu levanto a cabeça, olho, e era
o ministro da Eucaristia e ali estava Ele. Olhei pra trás pras meninas, parei,
fiquei sem ação. Tomei a comunhão e me ajoelhei no calçadão e assim todas
fizeram. Ali eu tive a certeza, de que onde eu estou Ele está comigo. Quantas
vezes eu esqueço disto, quantas vezes não entendo os momentos que estou
passando. E mais uma vez eu aprendi que não sou apenas eu que procuro Jesus,
mas Ele também me procura. Foi o momento mais emocionante que já vivi na minha
vida! Eu e as meninas nos abraçamos, rezamos e festejamos com este momento!
Depois disso
pegamos o caminho da roça em busca de um táxi perdido... passamos por um túnel
onde estavam vários missionários, cantando felizes por ter vivido tudo aquilo.
Americanos, chilenos, brasileiros... todos em busca da mesma felicidade.
Pra completar
nossa história estávamos a procura de um táxi e estava difícil de achar. No
final da rua, para uma mulher taxista e a gente pede pra parar e nos esperar.
Só que na nossa frente estava outra moça procurando táxi e ela iria conseguir
chegar na nossa frente. Mas Deus é tão perfeito que surge um táxi pra ela e a
gente consegue ir conversar com a taxista. O nome dela era Vanessa (nome de uma
das minhas melhores amigas) e a gente tinha que convencer ela de levar 6
meninas amontoadas num táxi. Claro, ela aceitou e fomos igual sardinhas
enlatadas. Detalhe que ela não sabia onde ficava nosso alojamento, mas ligou
pra um amigo dela (ex namorado) que morava lá e ele deu todas as instruções.
Ela foi um amor, nos tratou super bem, deixou a Samara carregar o celular no
carro, e era evangélica. Mas como a
maioria deles estava encantada com a felicidade dos jovens e do Papa Francisco.
Chegamos no
alojamento e da mesma forma que fizemos quando saímos, rezamos para agradecer
essa experiência maravilhosa. Ajoelhadas aos pés de Nossa Senhora do Rosário,
agrademos a Maria por ter passado a nossa frente e retirado tudo de ruim e a
Jesus por ter nos agraciado a cada momento.
Depois de um
merecido banho (que estava gelado mas nem isso importava mais), fomos a uma
churrascaria gastar o resto do nosso cartão alimentação. Feijão, arroz, frango
e fritas, era verdade mesmo? Uhulll um almoço delícia com direito a sorvete da
Kibon de sobremesa.
Voltamos para
o alojamento, encontramos pessoas especiais que ali estavam e que não tínhamos
conhecido, ganhei outro Santo Antônio e a tia disse que ela é casamenteira e
pegou o nome das meninas solteiras pra rezar por nós. Foi muito engraçado! A
Samara nos presentou com lembrancinhas, fizemos um resumo dos nossos
sentimentos, agradecemos, pedimos desculpas e chegamos a mesma conclusão: Viveríamos tudo de novo! Agora era
aguardar o ônibus chegar e retornar para a casa. Ao chegar em Imbituba a emoção
nos tomou por nossos familiares nos recepcionando, telefones, e em ver nossa
bela e tranquila Imbituba, que cada dia mais agradeço a Deus por aqui morar.
“Foi mágico, encantador, feliz e emocionante.
Sentir a presença de Jesus em cada momento que vivenciamos, é inexplicável.
Estou feliz, muito feliz. Dores no corpo, horas num metrô, dormir na praia, tomar
banho frio, nada se compara em sentir que Jesus esteve sempre ao meu lado.
Ouvir milhões de pessoas rezando juntas, cada uma em sua língua, a oração do
Pai Nosso é a certeza de que o mundo não está perdido! O mundo precisa de
simplicidade!”